sábado, outubro 09, 2010

Blowjob

Bom, pode-se achar que ultimamente ando muito virada para este assunto, mas a realidade é que me assusta bastante não se falar sobre sexo.

(Em pleno século XXI, devia-se até achar que já se tornou um assunto banal, porque muitos aspectos já não seriam tabu, mas a verdade é que ainda há muito desconforto dentro do tema.)

A música abaixo é uma das minhas preferidas da banda, e enquadra-se perfeitamente na pequeníssima história que veio à baila na minha cabeça hoje.




Pois pá, um amigo meu, numa conversa aqui à dias, confessou que não gostava que lhe fizessem sexo oral, que ainda não apareceu nenhuma rapariga que o conseguisse fazer decentemente... Achei peculiar. Só isso.

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terça-feira, junho 22, 2010

Onde foi parar o romance?

O quão longe um homem vai para dar uma queca?

Juro que nos dias que correm, pensava que já não havia tantas pessoas desesperadas... Quem procura sexo, hoje em dia, vai aos locais habituais, e não estou a falar em ir a casas de alterne, ou às ruas frequentadas por gente que vende sexo, nem nada a nível profissional, mas hoje em dia quem está à procura de um "one night stand", basta ir a um sítio, como uma discoteca, a um bar, para obter sexo sem comprimisso, ou a chamada queca mágica, "eu fodo-te e tu desapareces".



Muitos homens iriam logo ironicamente perguntar onde é que são esses sítios que eles nunca frequentaram, mas basta estar bem atentos, no ambiente nocturno habitual de sempre para cada um, que se encontra alguém com os mesmos objectivos. Não estou a dizer isto como sendo uma verdade absoluta, e que isto acontece de todas as vezes que nós procuramos, mas num modo geral isto funciona.




Mas parece que ainda existem homens que caem no erro de se humilharem para terem sexo por apenas uma vez, e o mais rápido possivel.
Havia um amigo de um amigo meu que me achava gira, sempre nos conhecemos de vista ou de um "olá", e por vezes deparavamo-nos no mesmo círculo de amigos, mas só aqui à uns poucos dias atrás é que nos começamos a falar melhor. Ontem ele veio ter comigo porque queria estar comigo, e lá estava ele parado à porta de minha casa. Fiquei curiosa de tão arrebatadora vontade, mas como se diz, a curiosidade matou o gato, e aqui neste caso matou também a minha ingenuidade.

Após alguns minutos de conversa, do nada, o rapaz começou a querer marmelada, e eu por mais que desse para trás ele dizia-me "eu sei que tu queres isto tanto quanto eu". Bom, não foram as exactas paralvras do jovem, mas o significado foi o mesmo... deve ter sido qualquer coisa como "eu sei que tu queres por isso cala-te", ou uma cena assim.
Comecei a ficar farta e o meu "CHEGA, leva-me a casa já" foi bem claro. "Não te preocupes, isto não é uma coisa que demore muito, eu tenho ejaculação precoce". (!!!!!????)
Esta matou-me. Nessa altura, eu só não me ri, porque eu demorei a processar a situação ligada à frase que ele me disse desesperadamente, mas foi tanta pena que eu tive do rapaz que disse "Ao menos tens a coragem para o admitir, admiro isso"...

Claro que ele levou-me a casa porque depois desta cereja no bolo, nunca se iria suceder o que ele tanto queria...

Eu sei que ele foi bastante ridículo, mas eu senti-me ridícula por extensão, por ter participado da ridicularidade desta cena.
Onde foi parar o romance??


É certo, que eu sempre gostei daqueles namoricos que não duram muito mais que um ou dois meses, mas em que acontece algo de bom, as coisas não são levadas com TANTA pressa, as pessoas conversam, dão uns beijinhos, se por acaso acontecer mais tarde sexo, acontece, e depois as coisas acabam porque têm de acabar, mas ao menos tirou-se proveito de bons momentos e no meu caso, eu preservo as amizades.

Provavelmente ando a procurar o romance nos lugares errados, nas pessoas erradas e à hora errada... enfim.

"Some suffers from too much confidence, others from the lack of it.
Probalbly in the end, the covers are formed.
Who are full of themselves got a very low self esteem, and who are allways complaining how shitty they are, are the ones who are certain that they are the best in their heads.

At least, I know exactly what I don't want to be..."

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quinta-feira, junho 10, 2010

Sometimes it's tough to be in healthy company

I smoke a lot
I'm not talking weed or pot
I smoke the regular stuff
I smoke a lot
And if you're a smoker too
You are to know sometimes it's tough
To be in healthy company
People who always say
You smoke a lot
Imagine the amount of money you could save if you'd quit
You smoke a lot
By now you'd have a bike, aren't you concerned about the kids
Well, of course, sure I am, concerned (a bit)
But about that bike, I could get killed with it
And is that what you really want (It's not)

So I smoke a lot
I smoke a lot
My God I smoke a lot, and I feel fine
And I feel fine
I smoke a lot

Sometimes it's great
Sometimes it's not
But I smoke a lot.

k's choice

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quarta-feira, maio 26, 2010

E por falar em complexos...

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sexta-feira, maio 21, 2010

homosexualidade: um complexo de quem?

Já la vai o tempo em que a homosexualidade era considerada uma doença mental. Aliás, se formos a ver bem, homosexualidade sempre existiu desde o início da história da humanidade, nas primeiras sociedades, mas só no séc. XX é que a grande questão da aceitação ou mesmo de "complexidade" por parte de pessoas consideradas heterosexuais é que veio a discussão.

Pelo menos, e provavelmente estou bastante enganada, não existe nada escrito que pessoas com uma orientação sexual diferente fossem queimadas pela inquisição, no séc. XVII, por exemplo... Acho eu... Mas não é sobre isto que eu queria falar.




A verdade é que estamos num século em que infelizmente, ainda se fala e se discute sobre direitos homosexuais, ainda se xinga muitas vezes na rua "paneleiro!", ou "fufa!", "morram longe!", ou que ainda se discriminam pessoas nos variados episódios do dia-a-dia, de um maneira mais educada, não deixando de ser, obviamente, ignorante (na minha opinião), ou que se discuta sobre o casamento homosexual, num país e num mundo à beira de uma crise financeira, como não se vê há muito tempo. Sim senhor! Não sou nada a favor da discriminação de pessoas homosexuais, tenho amigos homosexuais, mas quer dizer... Vamos aqui esclarecer umas dúvidas de português (sim, porque muitas vezes o erro não está nos nossos actos, mas sim na nossa língua):

Casamento significa união entre pessoas de sexos diferentes... Isso esteve no dicionário até aqui à uns anos atrás, mas retiraram... Mas se estava lá por alguma razão era... Se calhar a definição de casamento é mesmo essa... Porque provavelmente o casamento provém da união religiosa, cristã, no caso da manioria portugueses... Não que eu seja crente na igreja e na fé cristã, mas isso já é outra história. O que é certo é que temos que chamar as coisas pelos nomes, e que o facto é que, se querem legalizar a união de duas pessoas do mesmo sexo, então dêm mesmo esse nome, União, não Casamento... Mas pronto, segundo as notícias da IOL:

"As edições online dos dicionários da língua portuguesa da Porto Editora e Priberam já actualizaram os sinónimos da maioria dos vocábulos relacionados com casamento, mesmo antes da aprovação da proposta do Governo na Assembleia da República. "

Aliás, eu acho que isto nem devia ser nunca motivo de "alarido", se estamos num país livre, como é óbvio as pessoas são livres de viverem com quem quiserem, e como tal, unirem-se com quem quiserem... Porém, quem quer casar, vai à igreja, quem se quer unir legalmente, vai ao cartório, ou ao notário, ou ao tribunal. Sim, são discutiveis esses valores da igreja cristã...

Mas sinceramente, não sei quem é mais ignorante, pessoas que acham que a homosexualidade é um complexo ou uma doença, as pessoas heterosexuais que acham que a escolha de orientação sexual deve ser ainda, nos tempos que correm, discutida, ou o próprio "complexo" de afirmação das pessoas homosexuais.

Este último é muito engraçado.

Eu também li o artigo que saíu aqui à uns anos na visão, em que uma terapeuta familiar (deve ter tirado o curso na Universidade Independente), a dra. Margarida Cordo, afirma que "(...)A homosexualidade é um complexo, um transtorno da identidade sexual. É uma doença e tem recuperação. (...)" , e lembrei-me dele quando estava a navegar pelo youtube, no video do Bruno Nogueira dos incorrigíveis, que fala sobre isso. Não me lembrava até então do nome da senhora e fui pesquisar no google a personagem, e em vários resultados de buscas, como não podia deixar de ser, estavam vários blogs homosexuais.

Bom, também já há blogs com orientação sexual? Há, a partir do momento em que a pessoa que o escreve, afirma esse facto literalmente ou subentendidamente em todos os posts do mesmo, já para não falar nos títulos dos blogs, que eu nem me vou dar ao trabalho de os mencionar...

Depois tive a curiosidade, será que também existem blogs heterosexuais? Eu diria que não... No máximo poderá haver uns blogs que tenham um post ou outro que afirmem a orientação sexual do criador, agora, que o mantenham como tema constante...

Bom, eu acho que isso se deve ao facto de as pessoas "straights", como se se diz, não precisarem de se afirmar tanto. Claro que há algumas pessoas com falta de tacto que o fazem, só para afirmarem a todo o custo que não são gays (cá para mim isso quererá dizer qualquer coisa), mas parece que a maioria das pessoas gays ou lésbicas têm essa necessidade de... Não sei, "marcarem a diferença"? Será? O mais óbvio seria para mostrar às pessoas menos dotadas de inteligência, ou com uma visão do mundo menos alargada, que os homosexuais são à mesma cidadãos merecedores de respeito, ou para incutir algum bom senso, mas acaba por ser mais do que isso, ao fim de contas.

É uma obsessão de falarem sobre o seu dia-a-dia como lésbica, é contar o que é que o seu parceiro gay disse ontem à noite no cimena...

Acho que vou criar também um blog heterosexual, porque qualquer dia são as pessoas "straights" que são descriminadas, e são considerados "freaks", e etc, e afirmar ao mundo que tenho um namorado, ou que me casei com um homem, sendo eu mulher, ou como é difícil o meu dia-a-dia, porque dois amigos meus descobriram que eu sou hetero e deixaram de falar comigo...

Claro que isto é um exagero, mas só para explicar que talvez tenha de haver uma cedência de parte a parte, as pessoas hetero deveriam ser um pouco mais tolerantes e ter uma visão do mundo mais abragente neste tipo de questões, e as pessoas homosexuais pensarem que se fizerem um pouco menos de "alarido" com a sua opção sexual, fossem aceites pela outra parte com mais naturalidade. Porque eu acredito que os direitos homosexuais não existem, ou não deveriam existir, porque todos nós somos iguais, independentemente da nossa cor ou da nossa orientação sexual.

Poderão dizer que isto é uma utopia, porque ainda se vive numa sociedade com uma mente muito toldada e preconceituosa, pois é, mas alguém tem de ceder...

Vi num desses blogs de uma pessoa que namora (diz ela) com alguém do mesmo sexo, um post sobre um anúncio da época, 2007 salvo erro, da cerveja TAGUS, que tinha um slogan que dizia "ORGULHO HETERO". Nesse post, a personagem em questão goza imenso com o anúncio, e até ironiza um pouco a coisa, mas nessa ironia está uma forte discordância, e claro, sentiu-se "picada". Depois num post uns dias mais recentes que este, ela afirma com orgulho que a campanha, que feriu muitos outros orgulhos, foi mudada e não durou 10 dias.


O que é verdade é que eu lembro-me bem deste anúncio, e sinceramente, não exaltou a minha heterosexualidade, achei um anúncio como tantos outros e foi-me indiferente, tanto quanto deveria ser para os homosexuais.


Ela ainda diz que: "Eu sei que determinados produtos apostam em determinadas campanhas para atingir determinados “targets” de mercado, no entanto, nunca vi campanhas que excluíssem à partida outros consumidores que não pertencessem a esse “target”. Por exemplo, sabemos que as fraldas para adultos que sofrem de incontinência urinária têm como target principal mulheres com idades acima dos 55, a campanha publicitária é feita a pensar nesse target, mas nunca o explicitam, de forma a não excluir homens, ou pessoas com menos idade."

Sim, mas não. Como o blogger em questão bem disse, determinados produtos dirigem-se mais a determinadas pessoas, e a questão dos anúncios das fraldas dirigem-se à maioria dos consumidores, que são mulheres acima dos 55 anos de idade. O anúncio da Tagus dirige-se também à maioria dos consumidores que são homens, cuja percentagem hetero é maior!! Certo? Só que caíu num pequeno erro de ser mais explícita e atingir, sem intenção, certas susceptibilidades.

Num destes posts desta pessoa, estavam citados outros bloggers que, segundo ela, percebiam mais do assunto, e eu fui la cuscar um deles, e claro, a indignação a este anúncio era mais directa. Mas houve um comentário de um visitante, ao qual eu subscrevo, e faço minhas as palavras dele:

"eu que sou hetero e nada tenho contra os gays, acho que a campanha até é positiva na luta contra a homofobia. Afinal cada um deve ter orgulho daquilo que é (...)."

O coitado do visitante foi logo bombardeado com argumentos de luta pela verdade, justiça, respeito e solidariedade, e foi desarmado...

Na minha opinião é tudo uma questão de interpretação. Não considero o anúncio uma afronta, ou uma exclusão dos consumidores homosexuais, talvez eles devessem ser indiferentes e aceitarem que também existe heterosexualidade. A chave é a aceitação mútua. Viver sempre em defesa pode levar à mania da perseguição.

Eu não quero dizer que a homofobia é um mito, porque ela existe, e isso sim, deveria ser punido, a par do racismo, agora, meras afirmações que são interpretadas de maneira incorrecta... Claro que os coitados da Tagus se viram obrigados a mudar o slogan para “A verdade é que tu és livre de escolher. És livre de sair e divertires-te com quem tu quiseres. És livre de te assumir como és. A verdade é que és livre de dizer o que pensas e de te manifestares a favor ou contra esta campanha. A verdade é que és livre de ser feliz.” e aí sim, eles enterraram-se, porque foi quase admitir que o slogan anterior era ofensivo...

Já me estendi por demais, portanto concluo, a igualdade não se atinge através da sobreposição de uma opinião ou de uma afirmação sobre outra. É aceitar que podemos ser aceites, e não obrigar que outros nos aceitem, porque lutar pela paz com guerra nunca fez sentido e o resultado está à vista.

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sexta-feira, janeiro 22, 2010

a arquitectuta conceptual

segunda-feira, janeiro 18, 2010

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ainda não acredito. recuso-me. não me conformo. depois de tanto tempo, acaba tudo assim. com uma fatalidade, que muitos diriam imperdoável, outros, estúpida.

sinto tudo cá dentro como se partisses para longe, para um lugar desconhecido, onde eu não te posso encontrar, de onde tu não queres sair. "que vamos fazer?" perguntas tu. eu não sei... estou de mãos e pés atados, impotente, sem poder fazer nada, e é isso que me causa o desconforto.

ontem chorei. chorei como se não houvesse mais amanhã, nunca mais, como se quisesse afogar a minha dor num rio de amargura. como se quisesse acordar os mortos que já se esvaíram na terra, que nem osso sobrou para contar a história.

chorei como se um bocado de mim se fosse... como se chorasse pela minha mãe, bem alto, por ter caído e ter-me aleijado, como uma criança de 4 anos. chorei como se nunca mais visse o mundo de novo.

hoje acordei com uma almofada no meu regaço, e com o meu nariz enterrado nela. não sentia a cara. os meus olhos estavam colados e não abriam.

decidi por um ponto final. enfrentar o mundo como se enfrenta uma legião de batalhadores munidos de armas mortíferas e de escudos pesados. vamos à luta, disse-me eu.

vou na rua e tento abstraír-me com canções. canto baixinho para mim mesma para me dizer que está tudo bem. sorrio para o pretinho ranhoso sentado no banco de trás do carro do pai. dou festinhas no cão peludo do vizinho, que me lambe a mão. dou um abraço a uma amiga que passa na rua, que me suja a cara de batom vermelho. sinto as gotas miudinhas da chuva no meu nariz. digo olá às velhinhas testemunhas de jeová sentadas no banco do jardim. digo ao eduardo que tenho que trocar as cordas da minha guitarra.

mas no fundo... tudo é vazio. tudo tem outro sentido nulo.

um dia será diferente. um dia... será tudo a cores, de novo. assim espero.


02/2004-01/2010

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