sexta-feira, janeiro 22, 2010

a arquitectuta conceptual

segunda-feira, janeiro 18, 2010

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ainda não acredito. recuso-me. não me conformo. depois de tanto tempo, acaba tudo assim. com uma fatalidade, que muitos diriam imperdoável, outros, estúpida.

sinto tudo cá dentro como se partisses para longe, para um lugar desconhecido, onde eu não te posso encontrar, de onde tu não queres sair. "que vamos fazer?" perguntas tu. eu não sei... estou de mãos e pés atados, impotente, sem poder fazer nada, e é isso que me causa o desconforto.

ontem chorei. chorei como se não houvesse mais amanhã, nunca mais, como se quisesse afogar a minha dor num rio de amargura. como se quisesse acordar os mortos que já se esvaíram na terra, que nem osso sobrou para contar a história.

chorei como se um bocado de mim se fosse... como se chorasse pela minha mãe, bem alto, por ter caído e ter-me aleijado, como uma criança de 4 anos. chorei como se nunca mais visse o mundo de novo.

hoje acordei com uma almofada no meu regaço, e com o meu nariz enterrado nela. não sentia a cara. os meus olhos estavam colados e não abriam.

decidi por um ponto final. enfrentar o mundo como se enfrenta uma legião de batalhadores munidos de armas mortíferas e de escudos pesados. vamos à luta, disse-me eu.

vou na rua e tento abstraír-me com canções. canto baixinho para mim mesma para me dizer que está tudo bem. sorrio para o pretinho ranhoso sentado no banco de trás do carro do pai. dou festinhas no cão peludo do vizinho, que me lambe a mão. dou um abraço a uma amiga que passa na rua, que me suja a cara de batom vermelho. sinto as gotas miudinhas da chuva no meu nariz. digo olá às velhinhas testemunhas de jeová sentadas no banco do jardim. digo ao eduardo que tenho que trocar as cordas da minha guitarra.

mas no fundo... tudo é vazio. tudo tem outro sentido nulo.

um dia será diferente. um dia... será tudo a cores, de novo. assim espero.


02/2004-01/2010

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